Durante os últimos 35 anos, têm sido plantados 300 ha duma nova cultura todos os anos, incluindo floresta, alfarrobal, amendoal, olival e vinha. O amendoal foi regado à plantação, não tendo sido bem-sucedido, devido sobretudo à falta de utilização de variedades bem-adaptadas. Esta foi uma lição cara, mas útil! Para aumentar o alfarrobal foram escolhidas variedades localmente bem-adaptadas. O primeiro alfarrobal foi plantado em 1997, em 55 ha, reconvertendo uma antiga área de sequeiro. Em 2002 foi enxertado e convertido a regadio (sendo a única área de alfarrobal regada na exploração). Está atualmente em plena produção.
Em 1999 foram instalados 85 ha de sequeiro segundo as curvas de nível. Esta área foi enxertada em 2002 e está atualmente no seu 6º ano de produção. A terceira área de alfarrobal foi plantada em 2002, e é o resultado da conversão de 122 ha do antigo amendoal. A enxertia ocorreu em 2004, e está no seu segundo ano de produção. Em 2007 foram instalados outros 18 ha de alfarrobal segundo as curvas de nível. Esta área encontra-se atualmente a iniciar a sua produção.
A densidade do alfarrobal é de 238 plantas por hectare (6 x 7 m) e em 2017 a produção total de alfarroba foi de 700 kg/ha, com uma precipitação média anual de 281 mm(!), o que claramente demonstra a importância vital de um planeamento e gestão cuidadosos!
A alfarroba colhida é depois enviada para uma fábrica local (um dos esforços de responsabilidade social) para ser moída, sendo exportada cerca de 75% para os EUA e Holanda, na maioria para forragem.
A exploração está a realizar um ensaio de sobrevivência para testar quais as árvores e arbustos estão melhor-adaptadas às condições locais para possível uso como sebes ou nas bordaduras, para a promoção de biodiversidade e talvez como forragem adicional, com as seguintes espécies: Rosa canina, Arbutus unedo, Olea europaea, Budleia davii, Viburnus tinus, Myrtus communis, Myopurum sp., Nerium oleander, Punica granatum, Pistacia lentiscus, Spartium junceum.
As necessidades em água da exploração são satisfeitas apenas com água própria apesar da localização semidesértica – devido a 35 anos de estratégia de maximização da retenção de água. Além das barragens, um plano de irrigação cuidado e continuamente monitorizado pela gestora da exploração permite a poupança de água, assim como a utilização de culturas bem-adaptadas e o recuso a keyline management. Para prevenir as perdas de água e a erosão do solo forma colocadas barreiras protetoras, plantadas sebes e os charcos existentes foram melhorados.
Atualmente existe um rebanho de 1000 ovelhas, em regime de pastoreio rotacional holístico segundo as teorias de Allan Savory. O período máximo dentro de cada cerca é de 3 a 7 dias. Alem da produção de borregos o rebanho tem um papel importante na fertilização do solo, controla a biomassa do subcoberto no alfarrobal e vinha e também os rebentos ladrões no olival e alfarrobal. As ovelhas alimentam-se frequentemente da alfarroba deixada no chão em anos de produção baixa, quando a acolheita não é rentável.
A responsabilidade social é também uma preocupação importante dos proprietários. Estes reconhecem que o Alentejo é uma das áreas rurais europeias mais pobres. Além do trabalho e formação, a maioria dos funcionários vive na exploração. A maioria da mão-de-obra é feminina (60%) e o trabalho sazonal é contratado localmente. As produções próprias são partilhadas anualmente pelos funcionários.